terça-feira, 22 de agosto de 2023

ACONTECEU EM 23 DE AGOSTO

Dia Internacional de Combate a Injustiça

Dia do Internauta
Dia do Aviador Naval

1572 - Ocorria a noite de São Bartolomeu, onde foram mortos, a mando da mãe do rei da França. líderes huguenotes, católicos radicais que não aceitavam o Protestantismo. 

1839 -  O Reino Unido capturava Hong Kong como base para se preparar para a guerra com a China Qing. O conflito de três anos que se seguiu será mais tarde conhecido como a Primeira Guerra do Ópio.

1892 - Morria Deodoro da Fonseca.

1966 -  A Lunar Orbiter 1 tirava a primeira fotografia da Terra vista da órbita ao redor da Lua.

1979 - O primeiro bailarino do Balé Bolshoi, Aleksandr Godunov, pedia asilo político aosEstados Unidos, por ocasião da apresentação do conjunto em Nova York.

1988 - Morria o poeta Menotti Del Picchia.

1988 - A nadadora brasileira Renata Câmara Agondi morria ao tentar cruzar a nado o canal da Mancha.

1990 - Independência da Armenia.

1991 -  A World Wide Web era aberta ao público.

2002 - O Brasil era  o 81.° país a ratificar o Protocolo de Kyoto.

2011 - Era deposto o ditador da Líbia Muammar Al Gaddafi.

PROTOCOLO DE KYOTO

 O Protocolo de Kyoto é um instrumento internacional que entrou em vigor em 16 de feveriro de 2005, e foi ratificado pelo Brasil em 15 de março de 1998. Ele visou reduzir as emissões de gases poluentes, que são responsáveis pelo efeito estufa e pelo aquecimento global. O Protocolo de Kyoto entrou oficialmente em vigor após ter sido discutido e negociado em 1997, na cidade de Kyoto (Japão).





No documento, há um cronograma em que os países eram obrigados a reduzir, em 5,2%, a emissão de gases poluentes, entre os anos de 2008 e 2012 (primeira fase do acordo). Os gases citados no acordo são: dióxido de carbono, gás metano, óxido nitroso, hidrocarbonetos fluorados, hidrocarbonetos perfluorados e hexafluoreto de enxofre. Os três últimos são eliminados principalmente por indústrias.

Os países deveriam colaborar entre si para atingirem as metas. O protocolo sugere ações comuns como, por exemplo:
- aumento no uso de fontes de energias limpas (biocombustíveis, energia eólica, biomassa e solar);
- proteção de florestas e outras áreas verdes;
- otimização de sistemas de energia e transporte, visando o consumo racional;
- diminuição das emissões de metano, presentes em sistemas de depósito de lixo orgânico; 
- definição de regras para a emissão dos créditos de carbono (certificados emitidos quando há a redução da emissão de gases poluentes).

Expectativas 
Os especialistas em clima e meio ambiente esperavam que o sucesso do Protocolo de Kyoto diminuisse a temperatura global entre 1,5 e 5,8º C até o final do século XXI. Desta forma, o ser humano poderia evitar as catástrofes climáticas de alta intensidade que estão previstas para o futuro.

Resultados do Protocolo de Kyoto após 10 anos

Em 2015 completou 10 anos da entrada em vigor deste acordo mundial, porém, dados divulgados em fevereiro de 2015 apontaram que o acordo não atingiu seus objetivos iniciais, pois entre os anos de 2005 e 2012 houve um aumento da emissão mundial destes gases em 16,2%.

 Por outro lado, especialistas em clima afirmam que o pacto gerou alguns benefícios. Estes estudiosos dizem que se não houvesse o Protocolo de Kyoto, as emissões de gases do efeito estufa teriam sido muito maiores, aumentando os efeitos nocivos do aquecimento global no planeta. 

O protocolo também foi benéfico no sentido de incentivar a adoção de medidas governamentais práticas como o objetivo de diminuir os impactos climáticos negativos. Também foi positivo, pois alertou a população mundial para o problema das mudanças climáticas, além de estimular o uso de fontes de energia limpa (eólica e solar).

Em princípio, países industrializados ainda têm obrigações sob o Protocolo de Kyoto, mas um tratado posterior, o Acordo Climático de Paris de 2015 o substituiu.

Sob o Acordo de Paris, quase todos os países do mundo concordaram em limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. Os signatários do pacto se comprometeram com metas climáticas nacionais e de redução de CO2 que eles mesmos elaboraram. Até agora, no entanto, quase nenhum país tem cumprido suas metas.

AQUECIMENTO GLOBAL

 aquecimento global designa o aumento das temperaturas médias do planeta ao longo dos últimos tempos, o que, em tese, é causado pelas práticas humanas – embora existam discordâncias quanto a isso no campo científico. A principal causa desse problema climático que afeta todo o planeta é a intensificação do efeito estufa, fenômeno natural responsável pela manutenção do calor na Terra e que vem apresentando uma maior intensidade em razão da poluição do ar resultante das práticas humanas.


Sob o ponto de vista oficial, o principal órgão responsável pela sistematização e divulgação de estudos relacionados com o aquecimento global é o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Para o IPCC, o problema em questão não deve sequer ser motivo de discussão em termos de sua existência ou não, pois, segundo ele, é mais do que comprovada a série de mudanças climáticas ocorridas nos últimos tempos e a participação do ser humano nesse processo.
Dados levantados por cientistas vinculados ao IPCC afirmam que o século XX, em razão dos desdobramentos ambientais das Revoluções Industriais, foi o período mais quente da história desde o término da última glaciação, com um aumento médio de 0,7ºC nas temperaturas de todo o planeta. Ainda segundo o órgão, as previsões para o século XXI não são nada animadoras, pois haverá a elevação de mais 1ºC, em caso de preservação da atmosfera, ou de 1,8 a 4ºC, em um cenário mais pessimista que apresente maior poluição.
Causas do Aquecimento Global
As principais causas do Aquecimento Global estão relacionadas, para a maioria dos cientistas, com as práticas humanas realizadas de maneira não sustentável, ou seja, sem garantir a existência dos recursos e do meio ambiente para as gerações futuras. Assim, formas de degradação ao meio natural como a poluição, as queimadas e o desmatamento estariam na lista dos principais elementos causadores desse problema climático.
O desmatamento das áreas naturais contribui para o aquecimento global no sentido de promover um desequilíbrio climático decorrente da remoção da vegetação que tem como função o controle das temperaturas e dos regimes de chuva. A floresta amazônica, por exemplo, é uma grande fornecedora de umidade para a atmosfera, provendo um maior controle das temperaturas e uma certa frequência de chuvas para boa parte do continente sul-americano, conforme estudos relacionados com os chamados rios voadores. Se considerarmos essa dinâmica em termos mundiais, pode-se concluir que a remoção das florestas contribui para o aumento das médias térmicas e para a redução dos índices de pluviosidade em vários lugares.
Outra causa para as mudanças climáticas é a emissão dos chamados gases-estufa. Os principais elementos são: o dióxido de carbono (CO2), gerado em maior parte pela queima de combustíveis fósseis; o gás metano (CH4), gerado na pecuária, na queima de combustíveis e da biomassa e também em aterros sanitários; o óxido nitroso (N2O), produzido pelas fábricas; além de gases com flúor, tais como os fluorhidrocarbonos e os perfluorocarbonos.
Além disso, a poluição das águas também é um fator relacionado com o aquecimento global. No caso dos oceanos, existem seres vivos responsáveis pela absorção de gás carbônico e emissão de oxigênio: os fitoplânctons e as algas marinhas. Portanto, a destruição de seus habitat também pode interferir diretamente na dinâmica atmosférica global.
As consequências do aquecimento global
Os efeitos do aquecimento global são diversos e podem estar relacionados com a atmosfera, hidrosfera e também com a biosfera.
Podemos citar como consequência do aquecimento global, primeiramente, o fenômeno do degelo que vem ocorrendo nas calotas polares. Com isso, a área de várias espécies animais, sobretudo no Ártico, está ficando cada vez mais diminuta, o que acarreta problemas ambientais de ordem ecológica. Além disso, para muitos estudiosos, isso vem causando a elevação do nível dos oceanos, embora esse fenômeno esteja mais associado ao degelo que ocorre na Antártida e também na Groenlândia.
Outro efeito ainda mais latente é o aumento das temperaturas, conforme já mencionado. Assim, muitas espécies podem entrar em extinção, além de a disponibilidade de água em várias partes do globo tornar-se cada vez menor em razão da maior ocorrência de secas em períodos mais prolongados. Esse tipo de situação prejudica a oferta de recursos naturais para os seres vivos e a manutenção da cadeia alimentar. Com o aquecimento global, fenômenos cíclicos e anomalias climáticas vêm se tornando cada vez mais frequentes, tais como o El Niño, que, entre outras consequências, proporciona secas severas em muitas regiões do globo.
De toda forma, ainda não existe um consenso específico sobre a totalidade dos fenômenos causados pelo aquecimento global, que pode incluir ainda a maior incidência de tufões e furacões ou a presença destes em áreas onde não são comuns. Além disso, os desequilíbrios climáticos também estariam provocando uma maior incidência de tempestades em certas áreas, que passam a sofrer sobremaneira com esse tipo de problema.
Contestações ao aquecimento global
Como já salientamos no início do texto, não é consenso na comunidade científica a ocorrência do aquecimento global e, nem mesmo, as suas causas. Para muitos, o Aquecimento Global, que seria uma “farsa”, não se baseia em fatos verdadeiramente científicos, causando certo alarmismo que não se justifica. Em algumas posições, a existência do problema é até admitida, mas não tomada como um efeito das razões antrópicas. Em outras perspectivas, não estaria acontecendo um aquecimento da Terra, mas sim um resfriamento rumo a uma glaciação.
Os chamados “céticos de clima” consideram que o gás carbônico não gera efeitos conclusivos sobre o clima, principalmente no sentido de intensificar o efeito estufa. Além disso, mesmo que esses efeitos climáticos ocorressem pelos gases-estufa, eles seriam mínimos, pois os principais reguladores do clima em ordem global são os raios solares e os oceanos.
As linhas de argumentação também se baseiam em contestações de alguns dos elementos acima explicados, como a suposta elevação dos oceanos – que teria se elevado menos do que se pensa e seria causada por outros fatores, tais como a órbita terrestre e lunar – e também os dados fornecidos pelo IPCC, que, segundo alguns autores, teriam um rigor científico questionável.
De toda forma, independentemente da existência ou não do aquecimento global, é possível concluir que se deve preservar o meio ambiente ao máximo, principalmente com a redução da poluição e do desmatamento, bem como com a preservação dos recursos hídricos. Afinal, o clima não é o único afetado pelas práticas predatórias geradas pelas atividades antrópicas, que podem acarretar problemas de saúde, falta de água e recursos, entre outras ocorrências.

MENOTTI DEL PICCHIA

 Menotti Del Picchia foi um poeta, romancista, ensaísta, cronista, jornalista, advogado, tabelião e político brasileiro. Foi ativista do Modernismo, mas sua obra mais marcante é o poema “Juca Mulato”, em que a temática é o caboclo o maior traço do Pré-Modernismo.


Menotti Del Picchia nasceu na cidade de São Paulo, no dia 20 de março de 1892, filho do jornalista Luigi Del Picchia e de Corina Del Corso, imigrantes italianos. Com cinco anos de idade mudou-se com a família para a cidade de Itapira. Iniciou seus estudos em Campinas, São Paulo e seguida estudou no Ginásio Diocesano São José, em Pouso Alegre, Minas Gerais.

De volta a São Paulo, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, concluindo o curso em 1913. Nesse mesmo ano publicou seu primeiro livro “Poemas do Vício e da Virtude”. No ano seguinte voltou para Itapira, onde trabalhou como advogado e dirigiu os jornais, Diário de Itapira e O Grito!

Em 1917, Menotti Del Picchia, futuro modernista, publicou o poema “Juca Mulato”, onde fixa o temperamento triste do brasileiro, que foi reproduzido em diversos jornais do país. Com inovações de linguagem, a obra levou o autor ao reconhecimento nacional. Nesse mesmo ano publicou o poema “Moisés”.

Menotti Del Picchia foi um dos articuladores e ativista da Semana de Arte Moderna, que ocorreu em São Paulo, entre 13 e 18 de fevereiro de 1922. O autor abriu a segunda noite, a mais importante e a mais tumultuada da Semana, com uma conferência em que era negada a filiação do grupo modernista ao futurismo de Marinetti, mas defendia a integração da poesia com os tempos modernos, a liberdade de criação e, ao mesmo tempo a criação de uma arte genuinamente brasileira.

Em 1924, Menotti criou, junto com Cassiano Ricardo, Plínio Salgado e Guilherme de Almeidao Movimento Verde e Amarelo, como reação ao tipo de nacionalismo defendido por Oswald de Andrade.

Em 1933, convidado por Assis Chateaubriand, assumiu a direção do jornal Diário da Noite. Em 1938 foi indicado pelo governador Ademar de Barros, para a direção do Serviço de Publicidade e Propaganda do Estado de São Paulo. Em 1942, passa a dirigir o jornal A Noite. Em 1943, ocupou a cadeira n. 28 da Academia Brasileira de Letras.

Entre os anos de 1926 e 1962, Menotti ocupou os cargos de deputado estadual em duas legislaturas e federal em três legislaturas, ambos pelo Estado de São Paulo. Em 1960 recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia. Em 1968 foi agraciado com o título de Intelectual do Ano. Em 1987, foi inaugurada em Itapira, a Casa Menotti Del Picchia, para preservação do seu acervo.

Menotti Del Picchia faleceu em São Paulo, no dia 23 de Agosto de 1988.

Obras de Menotti Del Picchia

Do Vício e da Virtude, 1913
Moisés, 1917
Juca Mulato, 1917
Angústia de D. João, 1922
O Amor de Dulcinéia, 1926
República dos Estados Unidos do Brasil, 1928
A República 3000, 1930
Salomé, 1930
Kalum o Sargento, 1936
Kamunká, 1938
Dente de Ouro, 1946
Deus Sem Rosto, 1967

OSWALD DE ANDRADE

 Oswald de Andrade foi escritor e dramaturgo brasileiro. Fundou junto com Tarsila o "Movimento Antropofágico". Foi uma das personalidades mais polêmicas do Modernismo. Era irônico e gozador, teve uma vida atribulada, foi militante político, foi o idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais organizou a Semana de Arte Moderna de 1922.


José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Souza Andrade fez seus primeiros estudos no Ginásio de São Bento, onde ouviu de um professor que ia ser escritor. Passou a comprar livros e a escrever.
Oswald de Andrade estreou como jornalista em 1909, no Diário Popular, que publicou seu primeiro artigo “Penando”, uma reportagem da excursão do presidente Afonso Pena aos Estados do Paraná e Santa Catarina. Nesse mesmo ano, iniciou-se como crítico teatral.
Em 1911, fundou a revista semanal “O Pirralho”, que ele mesmo dirigiu, junto com Alcântara Machado e Juó Bananère. O semanário contava, entre outros colaboradores, com o pintor Di Cavalcanti.
Em 1912, Oswald de Andrade fez sua primeira viagem à Europa, de onde voltou com as novidades de vanguarda como o “Manifesto Futurista” de Marinetti, e com a estudante francesa, Kamiá, mãe de seu primeiro filho nascido em 1914.
De volta a São Paulo, alugou um apartamento na Rua Líbero Badaró, o local era frequentado por muitos intelectuais, entre eles: Monteiro Lobato, Guilherme de Almeida e Mário de Andrade. Em 1917 sua revista foi fechada. Nesse mesmo ano, em sua coluna no Jornal do Comércio defendeu Anita Malfatti das críticas de Monteiro Lobato.

Semana de Arte Moderna

Em 1918, Oswald de Andrade formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo, mas nunca advogou. Iniciou uma amizade com Mário de Andrade, e juntos representaram as principais lideranças no processo de implantação e definição da literatura modernista no Brasil.
A participação ativa na Semana de Arte Moderna de 22 é seguida de sua segunda viagem à Europa, já com sua companheira a pintora Tarsila do Amaral. Em Paris, na Sorbonne, realizou a conferência O Esforço Intelectual do Brasil Contemporâneo.

Manifesto Pau-Brasil

Oswald de Andrade lançou em 18 de março de 1924, um dos mais importantes manifestos do Modernismo o Manifesto Pau-Brasil, publicado no Correio da Manhã. Explicando o nome do manifesto, o autor diz "Pensei em fazer uma poesia de exportação. Como o pau-brasil foi a primeira riqueza brasileira exportada, denominei o movimento Pau-Brasil".
Em 1925, em Paris, Oswald de Andrade lançou o livro de poemas Pau-Brasil, ilustrado por Tarsila, onde apresentou uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil.
Em 1926 casou-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos depois, radicalizando o movimento nativista, fundam – na literatura e na pintura – o “Movimento Antropofágico” no qual propôs que o Brasil devorasse a cultura estrangeira e criasse uma cultura revolucionária própria.
Em 1929, Oswald rompeu com Mário de Andrade e separou-se de Tarsila do Amaral. Filia-se ao Partido Comunista, conheceu a escritora e militante política Patrícia Galvão, a Pagu. ra-se em 1931 e juntos fundaram o jornal “O Homem do Povo”, que pregava a luta operária e durou até 1945.
Da união com Pagu nasceu seu segundo filho. Em 1944, mais um casamento, desta vez com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem teve duas filhas e permaneceu casado até o fim de sua vida.
Oswald de Andrade faleceu em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.

Poesia de Oswald de Andrade

Oswald de Andrade sempre foi irônico e crítico, pronto para satirizar os meios acadêmicos ou a própria burguesia, classe da qual se originou. Sem ser ingênuo e ufanista, defendia a valorização de nossas origens, do passado histórico-cultural, mas de forma crítica. Na sua visão de Brasil, procura captar a natureza e as cores próprias do país, como nesse poema:
Bucólica
Agora vamos correr o pomar antigo

Bicos aéreos de patos selvagens
Tetas verdes entre folhas
E uma passarinhada nos vaia
Num Tamarindo
Que decola para o anil
Árvores sentadas
Quitandas vivas de laranjas maduras
Vespas

Prosa e Teatro de Oswald de Andrade

O romance foi o gênero de prosa que mais despertou o interesse de Oswald de Andrade. O autor estreou na prosa em 1922, com o romance Os Condenados, primeiro volume da intitulada Trilogia do Exílio, que incorpora ainda os volumes Estrela do Absinto (1927) e Escada Vermelha (1934).
As principais expressões da prosa do escritor são os romances Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) e Serafim Ponte Grande (1933).
Foi no teatro que Oswald de Andrade estreou na literatura, em 1916, com as peças Leur Âme e Mon Coeur Balance. Mas no teatro nacional lançou três importantes textos dramáticos: O Homem e o Cavalo (1934), O Rei da Vela (1937) e A Morta (1937).

Obras de Oswald de Andrade

  • Os Condenados, romance, 1922
  • Memórias Sentimentais de João Miramar, romance, 1924
  • Manifesto Pau-Brasil, 1925
  • Pau-Brasil, poesias, 1925
  • Estrela de Absinto, romance, 1927
  • Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade, 1927
  • Manifesto Antropófago, 1928
  • Serafim Pontes Grande, romance, 1933
  • O Homem e o Cavalo, teatro, 1934
  • Escada Vermelha, romance, 1934
  • O Rei da Vela, teatro, 1937
  • A Morta, teatro, 1937
  • Marco Zero I - A Revolução Melancólica, romance, 1943
  • A Arcádia e a Inconfidência, ensaio, 1945
  • Ponta de Lança, ensaio, 1945
  • Marco Zero II - Chão, romance, 1946
  • A Crise da Filosofia Messiânica, 1946
  • O Rei Floquinhos, teatro, 1953
  • Um Homem Sem Profissão, memórias, 1954
  • A Marcha das Utopias, 1966 (edição póstuma)
  • Poesias Reunidas, (edição póstuma)
  • Telefonemas, crônicas, (edição póstuma)

MONTEIRO LOBATO

 Monteiro Lobato foi um escritor e editor brasileiro. "O Sítio do Pica-pau Amarelo" é sua obra de maior destaque na literatura infantil. Criou a "Editora Monteiro Lobato" e mais tarde a "Companhia Editora Nacional". Foi um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de toda América Latina.


Metade das obras de Monteiro Lobato é formada de literatura infantil. Destaca-se pelo caráter nacionalista e social. O universo retratado em suas obras são os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba, quando da crise do café. Situa-se entre os autores do Pré-Modernismo, período que precedeu a Semana de Arte Moderna.
Monteiro Lobato  nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Monteiro Lobato. Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô o Visconde de Tremembé.
Desde menino já mostrava seu temperamento irrequieto, escandalizou a sociedade quando se recusou fazer a primeira comunhão. Fez o curso secundário em Taubaté. Com 13 anos foi estudar em São Paulo, no Instituto de Ciências e Letras, se preparando para a faculdade de Direito.
Registrado com o nome de José Renato Monteiro Lobato, resolve mudar de nome, pois queria usar uma bengala, que era de seu pai, que havia falecido no dia 13 de junho de 1898. A bengala tinha as iniciais J.B.M.L gravadas no topo do castão, então mudou de nome, passou a se chamar José Bento, assim as suas iniciais ficavam iguais às do pai.
Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na capital, formando-se em 1904. Na festa de formatura fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos se retiraram da sala. Nesse mesmo ano voltou para Taubaté. Prestou concurso para a Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do Paraíba, no ano de 1907.
Monteiro Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Com ela teve quatro filhos, Marta (1909), Edgar (1910), Guilherme (1912) e Rute (1916). Paralelamente ao cargo de Promotor, escrevia para vários jornais e revistas, fazia desenhos e caricaturas. Ficou em Areias até 1911, quando mudou-se para Taubaté, para a fazenda Buquira, deixada como herança pelo seu avô.

Publicações Polêmicas

No dia 12 de novembro de 1912, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta sua enviada à redação, intitulada "Velha Praga", onde o autor destaca a ignorância do caboclo, critica as queimadas e afirmava que a miséria tornava incapaz o desenvolvimento da agricultura naquela região (Vale do Paraíba). Sua carta foi publicada e causou grande polêmica. Mais tarde, publicou novo artigo "Urupês", onde aparece pela primeira vez o personagem "Jeca Tatu".
Em 1917 vendeu a fazenda e foi morar em Caçapava, onde fundou a revista "Paraíba". Nos 12 números publicados, teve como colaboradores Coelho Neto, Olavo Bilac, Cassiano Ricardo entre outras importantes figuras da literatura. Mudou-se para São Paulo, onde colaborou para a "Revista do Brasil". 
No dia 20 de dezembro de 1917, publicou no jornal O Estado de São Paulo, um artigo intitulado "Paranoia ou Mistificação?", onde criticou a exposição de Anita Malfatti, pintora paulista recém-chegada da Europa. Estava criada uma polêmica, que acabou se transformando em estopim do Movimento Modernista.

Literatura Infantil

Entusiasmado, Monteiro Lobato comprou a Revista do Brasil e tornou-se editor. Publicou em 1918, seu primeiro livro "Urupês", que esgotou em sucessivas tiragens. Transformou a Revista em centro de cultura e a editora numa rede de distribuição com mais de mil representantes.
Monteiro Lobato, em sociedade com Octalles Marcondes Ferreira, fundou a "Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato". Com o racionamento de energia, a editora foi à falência. Vendeu tudo e fundou a "Companhia Editora Nacional". Lobato mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a publicar livros para crianças.
Em 1921 publicou "Narizinho Arrebitado", livro de leitura para as escolas. A obra fez grande sucesso, o que levou o autor a prolongar as aventuras de seu personagem em outros livros girando todos ao redor do "Sítio do Pica-pau Amarelo". Em 1927 foi nomeado, por Washington Luís, adido comercial nos Estados Unidos, onde permaneceu até 1931.
Como escritor literário, Lobato destacou-se no gênero "conto". O universo retratado, em geral são os vilarejos decadentes e as populações do Vale do Paraíba, quando da crise do plantio do café. Em seu livro "Urupês", que foi sua estreia na literatura, Lobato criou a figura do "Jeca Tatu", símbolo do caipira brasileiro. As histórias do "Sítio do Pica-pau Amarelo", e seus habitantes, Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia Anastácia, Narizinho, Rabicó e tantos outros, misturam a realidade e a fantasia usando uma linguagem coloquial e acessível.
Hoje, o livro "Caçadas de Pedrinho", publicado em 1933, que fez parte do Programa Nacional Biblioteca na Escola, do Ministério da Educação, está sendo questionado pelo movimento negro, por conter "elementos racistas". O livro relata a caçada a uma onça que está rondando o sítio. "É guerra e das boas, não vai escapar ninguém, nem tia Anastácia, que tem cara preta".

Jeca Tatu é um flagrante do homem e da paisagem do interior. O personagem se tornou um símbolo nacionalista utilizado por Rui Barbosa em sua campanha presidencial de 1918. Na quarta edição do livro, Lobato pediu desculpas ao homem do interior.

José Renato Monteiro Lobato ou José Bento Monteiro Lobato faleceu em São Paulo, no dia 5 de julho de 1948, de problemas cardíacos.

Obras de Monteiro Lobato

  • Ideias de Jeca Tatu, conto (1918)
  • Urupês, conto (1918)
  • Cidades Mortas, conto (1920)
  • Negrinha, conto (1920)
  • O Saci, literatura infantil (1921)
  • Fábulas de Narizinho, literatura infantil (1921)
  • Narizinho Arrebitado, literatura infantil (1921)
  • O Marquês de Rabicó, literatura infantil (1922)
  • O Macaco que se fez Homem, romance (1923)
  • Mundo da Lua, romance (1923)
  • Caçadas de Hans Staden, literatura infantil (1927)
  • Peter Pan, literatura infantil (1930)
  • Reinações de Narizinho, literatura infantil (1931)
  • Viagem ao Céu, literatura infantil (1931)
  • Caçadas de Pedrinho (1933)
  • Emília no País da Gramática, literatura infantil (1934)
  • História das Invenções, literatura infantil (1935)
  • Memórias da Emília, literatura infantil (1936)
  • Histórias de Tia Nastácia, literatura infantil (1937)
  • Serões de Dona Benta, literatura infantil (1937)
  • O Pica-pau Amarelo, literatura infantil (1939)

Fábulas de Monteiro Lobato

  • O Cavalo e o Burro
  • A Coruja e a Águia
  • O Lobo e o Cordeiro
  • O Corvo e o Pavão
  • A Formiga Má
  • A Garça Velha
  • As Duas Cachorras
  • O Jaboti e a Peúva
  • O Macaco e o Coelho
  • O Rabo do Macaco
  • Os Dois Burrinhos
  • Os Dois Ladrões
  • A caçada da Onça

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