terça-feira, 22 de agosto de 2023

TARSILA DO AMARAL

 Tarsila do Amaral foi uma pintora e desenhista brasileira. O quadro "Abaporu" pintado em 1928 é sua obra mais conhecida. Junto com os escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, lançou o movimento "Antropofágico", que foi o mais radical de todos os movimentos do período Modernista.

Tarsila do Amaral nasceu na Fazenda São Bernardo, no município de Capivari, interior de São Paulo, no dia 1 de setembro de 1886. Filha de José Estanislau do Amaral Filho e Lydia Dias de Aguiar do Amaral tradicional e rica família de São Paulo. Era neta de José Estanislau do Amaral, proprietário de diversas fazendas no interior de São Paulo, apelidado de "milionário". Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas, nas quais Tarsila passou a infância e adolescência.
Tarsila do Amaral estudou em São Paulo em colégio de freiras e no Colégio Sion. Completou seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pintou seu primeiro quadro, "Sagrado Coração de Jesus", aos 16 anos. Na sua volta ao Brasil casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve uma filha.

O Modernismo

Em 1916, Tarsila começou a estudar no ateliê de William Zadig, escultor sueco radicado em São Paulo. Com ele aprende a fazer modelagem em barro. Em 1920, separou-se de André Teixeira e foi para Paris, onde estudou na Academia Julian, escola de pintura e escultura. Estudou também com Émile Renard. Em 1922, teve uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressou ao Brasil.
Em 1923, Tarsila voltou à Europa e manteve contato com os modernistas que lá se encontravam, eram intelectuais, pintores, músicos e poetas, entre eles Oswald de Andrade. Estudou com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Manteve estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suíço que visitou o Brasil em 1924.
Em 1925, estando em Paris, Oswald de Andrade lançou o volume de poesias “Pau-Brasil”, com ilustrações de Tarsila. Em 1926, a artista expôs em Paris, com grande sucesso. Nesse mesmo ano, casou-se com Oswald de Andrade. Embora não tenha participado diretamente da “Semana de 22”, Tarsila se integrou com os intelectuais modernistas. Fazia parte do "Grupo dos Cinco", juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Em 1929 expôs individualmente pela primeira vez no Brasil, no Palace Hotel em São Paulo. Separou-se de Oswald de Andrade em 1930.

Fases da Obra de Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral foi uma das artistas plásticas mais importantes da primeira fase do Modernismo, concretizando em sua obra todas as aspirações de vanguarda formuladas pelo grupo. Sua obra atravessou três fases denominadas: “Pau-Brasil”, “Antropofágica” e “Social”.
Na primeira fase, “Pau-Brasil”, teve início em 1924, quando Oswald de Andrade divulgou o “Manifesto Pau Brasil” defendendo o nacionalismo, a artista rompeu completamente com o conservadorismo e enche-se de formas e cores assimiladas em sua viagem de “redescoberta do Brasil”, realizada em Minas Gerais, com seus amigos modernistas. Tarsila explorou os temas tropicais, exaltou a flora e a fauna, as ferrovias e as máquinas, símbolos da modernidade urbana. São exemplos dessa época as telas:
Tarsila do Amaral
                                                               A Feira (1924)
Tarsila do Amaral
                                                             A Estação Central do Brasil (1924)
Tarsila do Amaral
                                                                 O Pescador (1925)
Na segunda fase da obra de Tarsila do Amaral, “Antropofágica”, teve origem no mais radical de todos os movimentos do período modernista: a “Antropofagia” O movimento foi inspirado no quadro “Abaporu” (1928) (antropófago, em tupi), que Tarsila oferecera a Oswaldo como presente de aniversário. Partidários de um primitivismo crítico, os antropófagos propunham que a cultura estrangeira fosse devorada, aproveitando dela suas inovações artísticas, porém sem perder nossa própria identidade cultural. Exemplos dessa fase:
Tarsila do Amaral
                                                                   Abaporu (1928)
Tarsila do Amaral
                                                                   O Lago (1928)
arsila do Amaral
Antropofagia (1929)
A terceira e última fase da obra de Tarsila do Amaral, denominada “Social”, teve início em 1933, com a obra, “Operários”, onde sua criação está voltada para os temas sociais da época e a situação dos trabalhadores. São dessa fase:
Tarsila do Amaral
Operários (1933)
Tarsila do Amaral
Segunda Classe (1933)
Tarsila do Amaral
Crianças do Orfanato (1935)
Tarsila pintou dois painéis em sua carreira: “Procissão do Santíssimo” (1954), para as comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo e “Batizado de Macunaíma” (1956), para a Editora Martins.
Entre 1934 e 1951, Tarsila manteve um relacionamento com o escritor Luís Martins. De 1936 a 1952, trabalhou como colunista nos Diários Associados onde ilustrava retratos de grandes personalidades. Em 1951 participou da I Bienal de São Paulo. Em 1963 teve uma sala especial na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte teve participação especial na XXXII Bienal de Veneza.
Tarsila do Amaral faleceu em São Paulo, no dia 17 de janeiro de 1973.
Outras Obras de Tarsila do Amaral
  • Pátio, Com Coração de Jesus, 1921
  • A Espanhola, 1922
  • Chapéu Azul, 1922
  • Margaridas de Mário de Andrade, 1922
  • Árvore, 1922
  • O Passaporte, 1922
  • Retrato de Oswald de Andrade, 1922
  • Retrato de Mário de Andrade, 1922
  • Estudo, 1923
  • Manteau Rouge, 1923
  • Rio de Janeiro, 1923
  • A Negra, 1923
  • Caipirinha, 1923
  • Figura Azul, 1923
  • Auto Retrato, 1924
  • Morro da Favela, 1924
  • A Família, 1925
  • Palmeiras, 1925
  • Religião Brasileira, 1927
  • A Boneca, 1928
  • Cartão Postal, 1928
  • Floresta, 1929
  • Retrato do Padre Bento, 1931
  • O Casamento, 1940
  • Procissão, 1941
  • Terra, 1943
  • Primavera, 1946
  • Praia, 1947
  • Criança, 1949
  • Costureiras, 1950
  • Porto I, 1953
  • Procissão, 1954
  • A Metrópole, 1958
  • Porto II, 1966
  • Religião Brasileira IV, 1970

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